quarta-feira, 17 de novembro de 2010

(in)vulgaridades

A melodia vai soando. O piano toca. Leve, longe, infiel.
Lembro-me de ti. E o sorriso vem.
Sou capaz de sentir o teu odor. Mesmo não estando por perto. Pois fixei-o, e envolvi-me completamente nele.
Os sonhos... Quem os tem?
As horas. As horas que vivi, onde estão? Esquecidas? Guardadas entre recordações? Talvez. Quem sabe.
E agora digam-me vocês: O que é que se retém de uma vida?
As horas, os dias, os meses, e os anos, escorregam-me por entre os dedos. E não voltam mais.
As pessoas. Os momentos. São esquecidos. Poucos são os que preduram.
Enfim.
A maior caixinha de segredos e recordações que temos, somos NÓS!
A maior, e a melhor também, não duvídem!
Ai, como é bom! Como é bom vaguear nos intervalos das horas, sem que ninguém nos lembre que o tempo corre.
Talvez me sinta deslocada. Talvez este lugar não seja o meu.
De repente o piano toca um leve e delicado acorde. E todo o plano estremece. Incluindo eu.
Então já não vagueio mais.
Levanto a cabeça do papel, e volto à monótona realidade em que me fazem acreditar.

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